quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Rede... "Social"?

(Tema sugerido pelo meu mano Daniel.)

Esse post tá atrasado, mas agora com as aulas tenho menos tempo que antes, portanto acho que é compreensível né?

O que quero falar hoje, é sobre como as pessoas usam as redes sociais como um escapismo para a realidade. Mas antes, quero falar umas outras coisas. A primeira, é sobre um diálogo que tive ontem com meu primo, que veio a calhar. Mencionei um livro intitulado "Why people play video-games" e então falei sobre ter uma outra vida e compensação pela realidade fútil e ridícula em que perdemos nossa individualidade e somos alienados a cada passo e respiração. Então ele fez uma cara de "É... Compensação, mesmo né =/" e disse "Why people watch movies, why people go to night clubs, why people do drugs..." e fui obrigado a concordar. No entanto, tenho que dizer que acredito que, apesar de ser escapismo e compensação pela realidade a causa da difusão das redes sociais, não acredito que elas se enquadrem nessa mesma categoria. Pelo simples motivo que são uma pseudo-realidade, porém ligada à vida social real.

Acontece que são um misto de ambas as realidades, pois podemos nunca conhecer 90% daqueles chamados "amigos". Claro que podemos fazer grandes amizades, etc, no entanto é fundamental ressaltar o tom de escapismo que as redes sociais oferecem. Pois a realidade social só será conectada a elas se o usuário assim quiser, tendo em vista que pode ser alguém completamente diferente de seu eu real ali. A realidade não compensa para a maioria das pessoas, no entanto acho que o âmbito das redes sociais é justamente o fato de que fazem o usuário acreditar na realidade que supostamente representam.

Lembro que antes de o Felipe Neto virar estrelinha (mas quando já caminhava nessa direção), ele fez um video muito criticado pelo simples fato de não ter graça, mas que eu achei genial. Nele, ele interpretava o que para ele é a visão do futuro de nossa geração, uma pessoa completamente alienada por esse escapismo falsamente real, falsamente social. O que se pode enxergar nesses acúmulos de números e fúteis interações, não é uma maior interação social entre as pessoas, mas a diminuição da mesma! As chamadas redes sociais, tornam-se sua própria antítese, redes anti-sociais! E aí sim, tornam-se uma fuga total da realidade que as compõe.

Outra questão que vale abordar, é a da Identidade. Digamos, por exemplo que Novinha é destruída socialmente, torna-se um objeto pelo próprio meio social que frequenta (se é que me entendem), ainda por cima alienada pelos estudos e pelo trabalho que só lhe compensam pelo ganho que vai gastar aos finais de semana, estes por sua vez que apenas a tornam mais ainda um objeto. Novinha então busca numa rede social o escapismo que precisava para construir sua própria (ilusão de) identidade. Lá, Novinha se torna alguém, com seus caracolhecentos amigos, alguém importante, conhecida, com sua própria página, seu próprio visual. Lá Novinha existe socialmente. E vocês acham que Novinha vai preferir a realidade social em que não existe, é ninguém, ou a irrealidade social em que acredita existir e ter a própria Identidade?

Escapismo sequer é a palavra certa para descrever o fenômeno das redes sociais, pois não é apenas de uma válvula de escape que falamos, mas sim de uma compensação, uma quase que total substituição da realidade, que encontra-se dentro dela própria. Não bastasse isso, ainda é como o álcool ou o cigarro, um escapismo socialmente aceitável. Ninguém se importa com os fatores que citei acima (por mais óbvios que sejam), pois todo mundo tem, é algo comum e tudo aquilo que é comum nunca tem problema, é sempre aceitável.

Por fim, ainda tenho obrigação de tratar de uma questão importante, a parte das redes sociais que lembra a  chamada gamefication. Pra quem não sabe, é a adição de aspectos oriundos de jogos eletrônicos, onde eles não existem (e por muitas vezes não deveriam, mesmo, existir). Um exemplo de gamefication da realidade seria ganharmos pontos por cozinhar ou escovar os dentes, por exemplo. Pretendo fazer um post somente sobre esse assunto no futuro, mas vou usar como referência para outra expressão: a netfication. Durante todo esse post eu mencionei como as redes sociais são ligadas à realidade pela qual tentam compensar, mas o problema é quando elas (sendo uma pseudo-realidade) sucedem nisso. As interações sociais, então, que antes aconteceriam de forma natural e pessoal, acabam por ocorrer com o auxílio de uma ferramenta tão destrutiva. Um exemplo seria a menção ao fato de que, ao mandar uma certa interação (digamos, um "Curtir" no facebook, um "Reply" no twitter ou qualquer coisa assim), ficam implícitos valores de uma interação. Quando, claro, as interações sociais são impossíveis, dadas a distância ou qualquer coisa assim, as redes sociais se tornam ferramentas sociais, sim. No entanto, quando as interações reais são possíveis, por exemplo, quando Novinha poderia dar uma indireta para Cachorro durante o rolê de sábado,  Novinha prefere colocar essa indireta digitalmente, pois está mais acostumada com a interação social de uma representação falsa de realidade, do que com aquela real. Isso que eu chamo de netfication, não era necessário o aspecto da rede social na situação, mas mesmo assim ele aparece apenas para torná-la mais interessante mediante o simples fato de não ser a própria vida, e sim um medium digital para as interações desta. Um comportamento ilógico dentre tantos, não?

Vou parar por aqui, espero que tenha sido uma leitura decente. Desculpem pela demora e pela falta de imagens, mas foi meio corrida essa semana. Fiquem com essa música que acho legal pra cacete.






4 comentários:

  1. Achei muito foda o texto mano, e apesar de participar sim da rede social e provavelmente usá-la, confesso, concordo com tudo o que foi escrito.

    Acho que vou pensar mais antes de postar, ou curtir, algo a partir de agora! =X

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  2. Não tenho muito a falar, pois seria mera repetição de todo o texto. Mas esse post descreve exatamente a realidade! Triste a situação da maioria das pessoas, me pergunto como existem pessoas que dormem e acordam no Facebook, só saem de casa para ir por exemplo à escola ._.

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  3. É Johnathan mas fazer isso com o video-game é igualmente ruim né :P

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  4. Sábio como sempre, acho que esse "escapismo" também se dá pelo fato de ser tudo mais fácil pela Internet.
    pelo menos eu converso bem mais livremente na net do que vida real, sou tímido, mas online posso ser mais eu.

    flw yan! o/
    by:Gustavo
    *não entendendo frescuras do Google*

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